segunda-feira, 28 de março de 2011

Hipoglicemia: A importância de uma ação imediata


As suas causas podem ser variadas e surgir em qualquer idade do indivíduo. As suas formas mais comuns, moderada ou severa, ocorrem como uma complicação no tratamento da diabetes mellitus com insulina ou medicamentos orais.
Embora a hipoglicemia possa causar uma variedade de sintomas, o problema principal de sua condição decorre do fornecimento inadequado de glicose como combustível ao cérebro, com prejuízo resultante em suas funções (neuroglicopenia). Os desajustes nas funções cerebrais podem variar desde um vago mal-estar até ao coma e, mais raramente, a morte.
Os endocrinologistas geralmente consideram os seguintes critérios (a denominada "tríade de Whipple") para determinar se os sintomas de um paciente podem ser atribuídos a uma hipoglicemia:
  1. Os sintomas parecem ser causados por hipoglicemia;
  2. glicemia encontra-se baixa no momento da ocorrência dos sintomas; e
  3. Há reversão ou melhoria dos sintomas quando a glicemia é normalizada.
Esses critérios, entretanto, não são unânimes, o próprio valor limite que define uma hipoglicemia tendo sido fonte de controvérsias. De qualquer forma, o nível de glicose plasmática abaixo de 70 mg/dL ou 3,9 mmol/L é considerado hipoglicêmico.

Presença ou ausência de sintomas

Pesquisas mostram que a eficiência mental diminui levemente mas de modo sensível quando a glicemia cai abaixo de 65 mg/dL (3,6 mM), em adultos saudáveis. Os mecanismos de defesa hormonal (adrenalina e glucagon) são ativados assim que a glicemia passa por limiares (cerca de 55 mg/dL ou 3,0 mM para a maioria das pessoas), produzindo tremores e disforia. Por outro lado, não ocorre com freqüência um prejuízo de capacidade mental até que a glicemia caia abaixo de 40 mg/dL (2,2 mM), e até 10% da população pode eventualmente ter níveis de glicose abaixo de 65 (3,6) pela manhã sem efeitos aparentes. Os efeitos da hipoglicemia, chamados de neuroglicopenia, é que determinam quando um certo nível glicêmico é realmente um problema ao indivíduo.
É preferível que a pessoa com hipoglicemia use tanto os sintomas quanto os dados numéricos de seu glicosímetro para determinar as medidas a serem tomadas. É fácil notar hipoglicemia quando o valor lido é 50 mg/dL (2,8 mM); porém, um paciente que está com a diabetes descompensada e freqüentemente lê valores acima de 200 mg/dL (11,1 mM) pode sentir sintomas de hipoglicemia quando o nível de glicose no sangue chegar a valores "normais" de 90 mg/dL (5,0 mM). Neste caso, a pessoa não apresenta uma hipoglicemia clássica, mas terá alívio de sintomas com o tratamento rotineiro para hipoglicemias. Além disso, quando a glicemia diminui a uma taxa rápida, também podem surgir sintomas de hipoglicemia.
Este critério é por si só complicado de se admitir pelo fato de os sintomas da hipoglicemia serem vagos e poderem ser produzidos por outros motivos; além do que, quando a pessoa passa por níveis baixos de glicemia com recorrência, ela pode perder a sensação de limiar, de forma que pode haver agravamento de seus sintomas (por neuroglicopenia) sem que ela note. Para completar a dificuldade, os glicosímetros são inexatos para baixos valores, o que descredita a sua utilidade nessas horas.
Sinais e sintomas de hipoglicemia
Os sintomas hipoglicêmicos podem ser divididos naqueles produzidos pelos hormônios contra-regulatórios (adrenalina e glucagon), acionados pelo declínio da glicose, e naqueles produzidos pela redução de açúcar no cérebro.

Manifestações adrenérgicas (adrenalina)

  • Tremores, ansiedade, nervosismo
  • Palpitações, taquicardia
  • Sudorese, calor
  • Palidez, frio, languidez
  • Pupilas dilatadas

Manifestações do glucagon

  • Fome, borborigmo ("ronco" na barriga)
  • Náusea, vômito, desconforto abdominal

Manifestações neuroglicopênicas (pouca glicose no cérebro)

  • Atividade mental anormal, prejuízo do julgamento
  • Indisposição não específica, ansiedade, alteração no humor, depressão, choro, medo de morrer
  • Negativismo, irritabilidade, agressividade, fúria
  • Mudança na personalidade, labilidade emocional
  • Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono, sonho diurno
  • Confusão, amnésia, tontura, delírio
  • Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla
  • Atos automáticos
  • Dificuldade de fala, engolir as palavras
  • Ataxia, descoordenação, às vezes confundido com embriaguez
  • Déficit motor, paralisia, hemiparesia
  • Parestesia, dor de cabeça
  • Estupor, coma, respiração difícil
  • Convulsão focal ou generalizada
Nem todas as manifestações anteriores ocorrem em casos de hipoglicemia. Não há ordem certa no aparecimento dos sintomas. Manifestações específicas variam de acordo com a idade e com a severidade da hipoglicemia. Em crianças jovens com hipoglicemia matinal, há vômito freqüentemente acompanhado de cetose. Em crianças maiores e em adultos, a hipoglicemia moderadamente severa pode parecer maniadistúrbio mentalintoxicação por drogas ou embriaguez. Nos idosos, a hipoglicemia pode produzir efeitos parecidos com uma isquemia focal ou mal-estar sem explicação.
Em recém-nascidos, a hipoglicemia pode produzir irritabilidade, agitação, ataque mioclônicocianose, dificuldade respiratória, episódios deapnéiasudoresehipotermia, sonolência, hipotonia, recusa a se alimentar e convulsões. Também pode parecer asfixiahipocalcemiasepseou falha cardíaca.
Em ambos, pacientes de longa data ou não, o cérebro pode se habituar a níveis baixos de glicose, com redução dos sintomas perceptíveis em momentos de neuroglicopeniaDiabéticos insulinodependentes chamam a neuroglicopenia incondicionalmente de hipoglicemia, e que é um problema clínico importante quando tenta-se melhorar o controle glicêmico desses pacientes. Outro aspecto desse fenômeno ocorre em glicogenose tipo I, onde a hipoglicemia crônica antes do diagnóstico pode ser mais bem tolerada do que episódios agudos após o início do tratamento.
Quase sempre a hipoglicemia severa a ponto de ocasionar convulsões ou inconsciência pode ser revertida sem danos ao cérebro. Os casos de morte ou dano neurológico permanente que ocorreram com um único episódio envolvem ocorrências conjuntas de inconsciência não tratada ou prolongada, ou interferência na respiração, ou doenças concorrentes severas ou outros tipos de vulnerabilidade. De qualquer maneira, hipoglicemias severas podem eventualmente resultar em morte ou dano cerebral.

Causas da hipoglicemia:

Mais raramente, a hipoglicemia pode revelar:

Tratamento e prevenção

Procure sempre encontrar a causa de uma hipoglicemia. Faça os testes com o glicosímetro  regularmente para evitar que as hipoglicemias ocorram. É extremamente importante medir a sua glicemia ao deitar, para evitar que ela baixe durante o sono. Nenhum diabético deve deitar-se antes das refeições sem que lhe seja feito o teste. Jamais tome insulina antes de uma refeição se o valor for inferior a 90 mg/dl (5 mmol/l). Nestes casos, acabe a sua refeição e só depois tome a sua insulina.

Reversão da hipoglicemia aguda

O açúcar sangüíneo pode subir ao valor normal em minutos da seguinte forma: consumindo (por conta própria) ou recebendo (por outros) 10-20 g de carboidrato. Pode ser em forma de alimento ou bebida, caso a pessoa esteja consciente e seja capaz de engolir. Essa quantidade de carboidrato está contida nos seguintes alimentos:
  • 100-200 mL de suco de laranja, maçã ou uva
  • 120-150 mL de refrigerante comum não dietético
  • uma fatia de pão
  • quatro biscoitos do tipo cracker
  • uma porção de qualquer alimento derivado de amido
  • uma colher (sopa) de mel
O amido é rapidamente transformado em glicose, mas a adição de gordura ou proteína retarda a digestão. Os sintomas começam a melhorar em 5 minutos, embora demore 10-20 min até a recuperação completa. O abuso de alimentos não acelera a recuperação e se a pessoa for diabética isto simplesmente causará uma hiperglicemia mais tarde.
Se a pessoa está sofrendo de efeitos severos de hipoglicemia de maneira que não possa (devido a combatividade) ou não deva (devido a convulsões ou inconsciência) ser alimentada, pode-se dar a ela uma infusão intravenosa de glicose ou uma injeção de glucagon.
Hoje em dia já existem sachets de glicose líquida instantânea (Gli-Instan - Lowçucar), sendo que cada sachet contém 15g de glicose, aumentando em 50mg a glicemia. Desta maneira, torna-se mais fácil calcular quantos sachets a pessoa precisa ingerir, de acordo com o resultado do teste de glicemia. Estes sachets são facilmente encontrados em farmácias especializadas em diabetes, e podem ser administrados mesmo se a pessoa estiver inconsciente, pois a glicose é absorvida imediatamente quando é colocada em contato com a mucosa da boca, pois esta é bastante vascularizada, logo ela vai direto para a corrente sanguínea.
Vale lembrar que é imprescindível que se aja rápido em caso de hipoglicemia, pois quanto mais tempo a glicemia permanecer abaixo do normal, maior pode ser o dano causado ao cérebro, pois este fica sem oxigenação, podendo levar a seqüelas graves.
O diabético sempre deve alertar as pessoas de seu convívio de que se em alguma ocasião ele for encontrado desacordado e não houver um glicosímetro por perto para fazer o teste de glicemia capilar, SEMPRE lhe deve ser administrado açúcar com um pouco de água, pois se o motivo de ele estar desacordado for uma hiperglicemia, ao   receber atendimento médico lhe será administrada insulina, e a glicemia retornará ao normal facilmente. Porém, se o motivo for uma hipoglicemia, ele terá imediatamente sua vida salva. Por isso, nunca espere para agir, pois quanto antes o diabético receber glicose quando estiver com hipoglicemia, maiores são as chances de ele ter suas funções cerebrais restabelecidas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A importância da prática de exercícios físicos pelo diabético

Muitas pessoas diabéticas acreditam que exista um certo risco ao se praticar exercícios, pois já que o músculo necessita de mais glicose durante a atividade física, pode-se não ter esta  glicose em quantidade suficiente circulando no sangue, causando-se desta maneira uma hipoglicemia.
Isto não é verdade. Os diabéticos podem (e devem) praticar, sem qualquer risco, exercícios regulares, mas devem procurar sempre uma orientação médica, a fim de que se possa monitorar os níveis sangüíneos de glicose e regular a dosagem de insulina de acordo com as atividades físicas realizadas no dia. Quando o diabético for realizar uma atividade física, ele deve diminuir a quantidade de insulina no período em que for praticar a mesma, para se evitar, desta maneira, que ocorra uma hipoglicemia indesejada.


BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS AO DIABÉTICO

Aumento da captação de glicose pelo músculo: durante a atividade física, os músculos captam glicose mais eficientemente, a fim de produzir energia para a contração muscular e garantir os níveis de glicose adequados. A atividade física estimula a produção de insulina, o que é benéfico para o diabético (no caso dos diabéticos do tipo 2).
Aumento da sensibilidade celular à insulina: a atividade física eleva a sensibilidade celular em 40%, mas com efeito limitado de 2 a 3 dias.
Captação da glicose no período após o exercício: após o término da atividade, a musculatura continua captando glicose de forma mais eficiente. Mas, neste momento, o objetivo não é mais fornecer energia para o trabalho muscular e sim fornecer substratos para recompor o músculo que foi utilizado durante o exercício. Este fenômeno pode ser responsável por hipoglicemias até 48horas após o término da atividade.
Diminuição da gordura corporal: 90% dos diabéticos tipo II são obesos e a gordura tem íntima relação com o aumento da resistência celular à insulina. Por isso, recomenda-se a prática de exercícios a fim de que a quantidade de gordura seja reduzida e, conseqüentemente, diminua a resistência celular a insulina. As modalidades mais indicadas são as predominantemente aeróbias, isto é, aquelas que são realizadas em um ritmo natural e constante. Como exemplos de tais atividades temos a natação, a caminhada, o ciclismo, a hidroginástica, aulas de dança, dentre outros.

Incremento das funções cardio-respiratórias: 
Dentre elas diminuição da freqüência cardíaca e pressão arterial de repouso e aumento do fluxo e distribuição de sangue, do glicogênio muscular e hepático, da freqüência cardíaca máxima e da massa muscular, entre outros.

Redução dos fatores de risco de doenças coronarianas:
A atividade física regular proporciona diminuição do colesterol de baixa densidade e aumento do colesterol de alta densidade, assim como diminuição da taxa de triglicérides. Níveis elevados de colesterol, pressão arterial elevada, fumo e inatividade física são os quatro maiores fatores de risco de doenças coronarianas.

Duração do exercício:
Preconiza-se o mínimo de 20 minutos de exercícios, uma vez que o pico de captação de glicose pelo músculo ocorre entre os primeiros 14 a 20 minutos.

Cuidado! 
A intensidade do exercício diz respeito a quantidade de esforço que o organismo é submetido durante a prática do mesmo. Quanto mais intensa uma atividade é, seja em velocidade ou em força, mais anaeróbio o exercício se torna e, portanto, mais inadequado para o diabético. Por isso, um diabético deve praticar atividade física, mas deve tomar estes cuidados para não fazer com que este benefício se torne um malefício.

Dicas de alimentação para o diabético praticante de exercício físico:
  • Se você for usuário de insulina, as atividades físicas não devem coincidir com o horário do pico da insulina;
  • Recomenda-se o consumo de 15 a 30g de carboidratos (1 maçã + 3 bolachas de água e sal + 1 copo de suco de fruta, por exemplo) antes da prática do exercício;
  • Se for um exercício de longa duração, recomenda-se o consumo de carboidrato durante a prática do exercício (1 barra de cereal, por exemplo);
  • Como em toda e qualquer prática de exercício, deve haver uma oferta hídrica adequada, portanto, o consumo de líquidos (água e sucos) devem ser aumentados.
FONTE:http://www.rgnutri.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2011

Diabetes X Impotência Sexual



O que é a impotência?

Para poder definir de forma adequada o que em Medicina se entende por impotência é importante esclarecer previamente algumas questões:

O orgão sexual masculino pode encontrar-se em dois estados:

1. Estado basal ou de relaxamento (flacidez) que é o habitual incluindo quando realiza a sua função de condutor de urina.

2. Estado de excitação ou ereção, relacionado diretamente com a atividade sexual

Nesta última forma o pênis aumenta de tamanho e consistência, de forma progressiva e ao longo de um tempo que pode ser muito variável. Torna-se mais rígido, eleva-se sobre o plano horizontal, colocando-se diante do abdômen e permitindo a penetração durante o ato sexual.

Denomina-se de impotência a impossibilidade de alcançar ou manter o estado de ereção suficiente para permitir uma relação sexual.

Anatomia do pênis


O pênis é formado por três cilindros que consistem em dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso.

O corpo esponjoso encontra-se ao meio, abaixo dos corpos cavernosos, contém a uretra e termina numa expansão distal a glande.

Os corpos cavernosos, são dois corpos laterais responsáveis pela rigidez do pênis.

No seu interior existem múltiplas cavidades constituídas por músculo liso e que se vão se enchendo de sangue durante a ereção até alcançar a rigidez completa.

A ereção alcança-se graças à capacidade do pênis em se preencher de sangue. Estímulos múltiplos diretos ou psicológicos podem pôr desencadear este mecanismo.

Todo o processo está controlado pelo sistema nervoso, havendo um componente consciente voluntário e outro inconsciente reflexo.
 
A diabetes é uma causa frequente de impotência sexual. Entre 30 a 50% dos pacientes diabéticos mal controlados são afetados por problemas de ereção.

Esta maior predisposição dos diabéticos para sofrerem de impotência relaciona-se com o que é normal na evolução da doença: as complicações vasculares e neurológicas da diabetes.

O fator mais importante além da duração da doença é a falta de controle adequado, já que nestes casos aparecem alterações nos vasos sanguíneos e nos nervos que são os principais elementos responsáveis pela ereção.

Assim serão causas de impotência na diabetes, alterações que podem se desenvolver ao longo da doença:

· Alterações vasculares afetando as artérias que irrigam o pênis;

Alterações nervosas pela neuropatia que atinge a inervação desta zona;

Alterações hormonais, que além da insulina pode ocorrer em outros hormônios;

Alterações psicológicas em pacientes que sofrem de doença crônica, podem predispor a fatores psicológicos com incidência negativa na qualidade de vida e no funcionamento sexual.

Os medicamentos que por vezes o diabético precisa tomar pela presença de outras doenças podem também afetar a ereção.

O que fazer se surgir uma disfunção erétil (impotência)?

Normalmente o paciente deverá ser encaminhado para o Urologista, especialista neste campo. A ele vai caber analisar, estudar o caso e propor a solução que a ele melhor se adapte.

Hoje em dia existem diversas opções de tratamento que permitem corrigir ou melhorar este problema em quase todos os pacientes.

Assim, temos:

* 1. Tratamento hormonal, se houver alguma deficiência.

* 2. Psicoterapia efetuada por profissionais especializados nesta área, se a parte psicológica tiver um papel importante nesta disfunção.

* 3. Medicação via oral: Sildenafil (Viagra) é o medicamento mais utilizado para a impotência. Porém, ele exige algumas precauções, sobretudo se o paciente sofrer de problemas cardíacos. No diabético parece ter resultado positivo em cerca de 40% dos casos. Outros medicamentos orais (Cialis (Tadalafil), Levitra (Vardenafil)) estão disponíveis hoje no mercado com o mesmo efeito, mudando apenas o tempo de atuação, mas também só devem ser prescritos pelo médico. Já o medicamento Uprima (Apomorfina), em vez de agir diretamente no pênis, atua no Sistema Nervoso central, aprimorando o sinal  natural emitido pelo cérebro para o pênis.
* 4. Injeção no pênis de um medicamento (prostaglandina) que tem efeito local, com boa resposta em cerca de 80% dos casos, embora necessite ser aplicado sempre que se pretende obter uma ereção.

Vale lembrar que o maior tratamento no caso dos pacientes diabéticos com impotência sexual é um BOM CONTROLE GLICÊMICO, pois se há um controle adequado, dificilmente o diabético terá complicações.

Mulheres


Há poucos estudos relacionando a diabetes aos problemas sexuais femininos. Um deles, feito em 2008, aponta que algumas mulheres diabéticas se queixaram de falta de lubrificação vaginal e dor durante a relação. O número foi maior do que da parcela das mulheres que não possui diabetes. O trabalho detectou também que o número de diabéticas com problemas conjugais foi maior e que, entre todas as entrevistadas, dependentes de insulina ou não, a depressão era uma sombra sobre o relacionamento conjugal. "As disfunções sexuais na mulher parecem estar intimamente relacionadas a fatores psicológicos", afirma a ginecologista Paula Enzlin.
O que os ginecologistas percebem é que há, sim, algo físico nessa história. Um exemplo é a maior propensão das diabéticas às infecções vaginais como a candidíase. A Candida albicans é um fungo que prolifera em ambiente úmido, ainda mais quando conta com fartura de glicose no local. Provoca ardor, coceira e corrimento. O tratamento é tranquilo. "Basta ficar de olho no controle glicêmico, para equilibrar a taxa de açúcar no sangue, e usar um creme fungicida nas crises", esclarece a médica.
Quanto à falta de lubrificação, pode estar relacionada à vinda precoce da menopausa, mais comum em diabéticas do tipo 1 ou pacientes que não monitoram a doença. Nada que um lubrificante não possa ajudar.
O fator psicológico também não deve ser descartado, mesmo porque se sabe que as diabéticas estão mais sujeitas à depressão. Lidar com a doença desde pequena ou receber a notícia repentinamente, em idade mais avançada, são fatores que podem "desregular" a libido. A saída pode parecer simples, mas costuma ser eficiente no relacionamento a dois: relaxar e aproveitar a sexualidade sem "levar a diabetes para a cama". 

Fontes:  

quarta-feira, 16 de março de 2011

Diabetes X Candidíase


A candidíase é uma dermatite causada por um fungo chamado Candida albicans. Ele está freqüentemente presente em ambientes como banheiros, vestiários, praias, piscinas, etc... Está presente também em nosso organismo (mas em pequena quantidade), em nosso intestino grosso, nas fezes, não chegando a causar dano algum quando estamos com uma boa imunidade.

Porém, quando a imunidade do organismo cai devido alguma pequena infecção, ou até mesmo devido ao uso de antibióticos de largo espectro, a candida, por ser um microorganismo oportunista, pode povoar locais como a boca, esôfago, intestino, ânus, vagina e pênis. Se o nosso sistema imunológico está funcionando adequadamente, a população de fungos é mantida sob controle. Mas, caso o sistema imunológico falhe, a candida rapidamente se multiplica, vindo a causar um irritação muito grande na pele ou mucosa acometida, originando a doença conhecida como candidíase. 

A candida ainda tem a peculiaridade de se desenvolver muito bem em ambientes "açucarados", por isso ela é tão comum em diabéticos, pois ela se alimenta da glicose armazenada na parede das células das mucosas desses pacientes, principalmente nos genitais, pois muita glicose é liberada através da urina quando os níveis glicêmicos estão muito elevados, servindo até como um sinal para o paciente de que a glicemia pode estar demasiadamente alterada. Principalmente em mulheres diabéticas ela pode se desenvolver mais facilmente ainda, devido ao uso de absorventes (principalmente os internos) no período menstrual, se a glicemia não estiver controlada, pois ela prefere ambientes abafados e úmidos para se multiplicar. 




Os sintomas são decorrentes de uma forte irritação do local infectado, causando ardor, muita coceira e descamação da pele ou da mucosa. Assim, na candidíase oral temos a formação de aftas. No esôfago (órgão que comunica a boca com o estômago) causa dor no peito, queimação na boca-do-estômago e dor ao engolir alimentos. No ânus causa coceira e ardor. Na vagina, coceira, ardor e às vezes um corrimento espesso, tipo uma "massinha branca". No pênis, causa coceira, ardor e descamação da pele, às vezes chegando a ferir o local. 

Se você tiver estes sintomas, procure com urgência, o médico, pois deve ser feito o uso de medicamentos antifúngicos na forma de cremes, comprimidos ou cápsulas para amenizar o problema. Mas, o fundamental mesmo no caso dos diabéticos é o controle da glicemia, pois os pacientes que têm ela sempre controlada dificilmente apresentam candidíase.

Não é possível curar a candidíase, caso não se compense o diabetes: os dois tratamentos têm de ser feitos conjuntamente. Quando a imunodepressão é uma necessidade, como no caso de pacientes transplantados, ou que fazem quimioterapia, por exemplo, podemos usar medicamentos de tempos em tempos (quinzenal ou mensal, por exemplo) a fim de não deixar que a candidíase se manifeste. 



Cultura de Candida albicans

É possível prevenir a contaminação pela cândida principalmente através de algumas medidas como: 

- lavar as mãos antes e depois de ir ao banheiro 
- não se sentar no vaso sanitário 
- no banho, não se sentar no chão do Box ou banheira. Não tomar banho de banheira.
- as mulheres devem lavar as mãos antes de colocar absorventes internos.
- na praia ou piscina, não se sentar no chão ou qualquer banco sem antes forrar o local com uma toalha seca e limpa. 
- não "secar" o maiô ou biquíni no corpo. Se não for mais nadar, tomar um banho de água doce, lavando bem os genitais e o maiô com sabonete. 
- o casal deve fazer uma higiene íntima antes de ter relações sexuais. O ideal é sempre tomar um banho antes de dormir.
- o uso de um xampu antimicótico para higiene íntima pode prevenir a candidíase. Ele deve ser usado na vulva, nos pelos pubianos, ânus e virilhas, assim como no pênis e escroto. 
- Diabéticos devem manter SEMPRE o controle da glicemia para evitar o aparecimento desta infecção fúngica. É imprescindível!
-Transplantados devem estar atentos aos sintomas, e na ocorrência dos mesmos, comunicar sua equipe transplantadora, pois muitas vezes se faz necessário o ajuste de suas medicações imunossupressoras. 

Mesmo tomando-se todos esses cuidados, a candidíase pode ocorrer, independentemente de ser em diabéticos ou não, sendo então preciso o tratamento com comprimidos e cremes por pelo menos 14 dias, sempre prescritos pelo médico. Quanto mais cedo se iniciar o tratamento, mais rápido os sintomas desaparecerão. 

Por fim, uma dica importante: se você for acometido por uma forte coceira, procure imediatamente o seu médico para que ele possa lhe indicar os medicamentos adequados. Pode-se fazer compressas com um pano embebido em água bem gelada no intuito de aliviar os sintomas, até que os medicamentos comecem a fazer o efeito desejado no local. 



Fonte: