segunda-feira, 14 de março de 2011

Insulina: por que é necessário aplicar?





O organismo humano precisa de um hormônio chamado insulina para transformar os alimentos na energia necessária ao funcionamento das células e dos órgãos. Pessoas normais produzem insulina em um órgão chamado pâncreas. Quando uma pessoa adquire o diabetes, seu pâncreas progressivamente vai perdendo a capacidade de produzir insulina. Em algum momento (geralmente, alguns anos após o início do diabetes tipo 2, ou logo no início do diabetes tipo 1), o indivíduo diabético precisa repôr a insulina que o seu organismo não consegue mais produzir. A forma de aplicar essa insulina é através de injeções deste hormônio, uma, duas ou mais vezes durante o dia.

A boa notícia é que atualmente existem tipos de insulina bem mais avançados, que facilitam muito mais a tarefa de controlar os níveis de glicemia em pessoas diabéticas. O médico é quem vai avaliar qual o melhor tipo de tratamento para cada caso em particular, de acordo com as características, necessidades e estilo de vida do paciente.

Quais são os tipos de insulina que existem?
A maior parte das insulinas disponíveis hoje no mercado brasileiro é do tipo “humana”, ou seja, são insulinas fabricadas em laboratório, através de recombinação de DNA em bactérias, mas exatamente iguais à insulina produzida pelo próprio corpo humano. Em alguns lugares, ainda se pode encontrar insulinas animais (bovinas ou suínas), mas sua utilização é bastante restrita.

As insulinas podem ser classificadas, de acordo com seus tempos de ação, em: lentasintermediáriasrápidas ultra-rápidas. Cada tipo de insulina tem um início de ação (tempo necessário para que a insulina comece a fazer efeito, depois de aplicada); pico de ação (período após a aplicação em que a insulina exerce seu maior efeito), e duração de ação (por quanto tempo a insulina fica agindo, no total, após a injeção) diferente.
Um resumo do perfil de ação das insulinas encontradas no Brasil pode ser visto abaixo:

1) Insulinas ultra-rápidas - Início de ação: 10 a 15 minutos; pico de ação: 30 a 90 minutos; duração de ação: 3 a 6 horas. Cor: transparente. Exemplo: insulina lispro(Humalog®), insulina asparte (Novorapid®), e insulina glulisina (Apidra®).
2) Insulinas rápidas - Início de ação: 30 a 60 minutos; pico de ação: 2 a 3 horas; duração de ação: 6 a 8 horas. Cor: transparente. Exemplo: insulina regular(Insuman R® , Biohulin R®, Humulin R®, Novolin R® e Insunorm R®).
3) Insulinas intermediárias - Início de ação: 2 a 4 horas; pico de ação: 6 a 10 horas; duração de ação: 14 a 18 horas. Cor: branca turva. Exemplo: insulina NPH(Insuman N ®, Biohulin N ®, Humulin N ®, Novolin N ®, Insunorm N®).
4) Insulinas lentas - Início de ação: 2 horas; pico de ação: não faz pico (nível de ação constante, por isso causam menos hipoglicemia); duração de ação: 18 a 24 horas. Exemplo: insulina glargina (Lantus ®) e insulina detemir (Levemir ®).

Além desses tipos de insulina, existem disponíveis no mercado preparações contendo 2 tipos diferentes de insulina pré-misturadas, em frascos ou em refis para canetas. Exemplos são as misturas de NPH + regular (em proporções de 90/10, 85/15, 80/20, 75/25 ou 70/30), lispro solúvel + lispro cristalizada com protamina (75/25 ou 50/50) (Humalog Mix 25® e Humalog Mix 50®) e asparte solúvel + asparte cristalizada com protamina (70/30) (Novomix 30®).

A insulina pode ser utilizada por alguma outra via, que não seja injetável?
Atualmente, todas as insulinas disponíveis no mercado brasileiro são para uso injetável (subcutâneo).
Há muitas pesquisas para tentar encontrar alguma forma alternativa de administrar insulina aos pacientes diabéticos, visto que muitos pacientes reclamam do desconforto da injeção (embora a dor e o risco de complicações sejam mínimos, se a insulina for aplicada com a técnica correta).
Já existem no mercado as chamadas "bombas de insulina" (as mais modernas atualmente são a Accu-Chek Spirit® e a Paradigma 715 E 722®, que já possui um medidor de glicose acoplado)  que são mecanismos injetores de insulina programáveis, os quais injetam continuamente insulina ultra-rápida em frações de tempo ao longo do dia. Estes mecanismos injetores ficam acoplados ao paciente diabético através de um catéter cuja agulha fica na camada subcutânea. 


Uma apresentação para uso inalatório chegou a ser comercializada no Brasil por alguns meses, em 2007, mas foi retirada do mercado devido ao seu custo altíssimo e também pelos relatos de complicações pulmonares. Essa insulina inalável (nome comercial: Exubera®) necessita de um aparelho inalador para ser administrada corretamente, e não pode ser usada por asmáticos ou fumantes. Talvez essa apresentação volte ao mercado num futuro próximo, dependendo do resultado de pesquisas que estão em andamento. 


Vários pesquisadores também estão tentando criar apresentações de insulina para uso oral, ou para aplicação na mucosa da cavidade oral, embora existam muitas dificuldades técnicas para essa via de aplicação, já que a maior parte da insulina administrada no aparelho digestivo acaba sendo digerida e inativada pelas enzimas do próprio paciente.

Fontes: 




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